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22/04/15 às 16h31 - Atualizado em 29/10/18 às 11h14

Pesquisa traça perfil da população indígena do DF

Estudo inédito da Codeplan ajudará Semidh a planejar ações para o setor

Brasília (22/4/2015) – A Área Metropolitana de Brasília – DF e mais 12 cidades goianas –  possui mais de seis mil habitantes autodeclarados indígenas. Além de não ter qualquer visibilidade e sofrer todo tipo de preconceito, esse contingente populacional enfrenta alto nível de vulnerabilidade social, maior ainda que os negros e não negros.

Esses e outros dados constam da pesquisa “População indígena: um primeiro olhar sobre o fenômeno do índio urbano na Área Metropolitana de Brasília”, divulgada, na manhã desta quarta-feira (22), em entrevista coletiva à imprensa, no auditório da Codeplan.

populacao indigena na area metropolitana de Brasilia AgenciaBrasiliaO evento fez parte do Abril Indígena, série de atividades promovidas pela Secretaria de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos (Semidh), para celebrar a passagem do Dia do Índio (19). As atividades, concentradas no Memorial dos Povos Indígenas, seguem até a próxima sexta-feira (24).

Inédito, o estudo da Codeplan traça um perfil detalhado da situação demográfica e socioeconômica da comunidade indígena do DF e servirá, entre outras coisas, para a definição e formulação de políticas públicas de promoção dos direitos dos chamados índios urbanos do Distrito Federal.

Mostra, por exemplo que, enquanto 23,8% da população total do DF recebem mais de cinco salários mínimos, entre os indígenas apenas 4,7% chegam a essa faixa de rendimento. Nenhum índio recebe mais que 10 salários mínimos no DF. O analfabetismo nesse contingente populacional (5,3%) é maior do que entre negros (4,3%) e não negros (2,4%).

O estudo aponta ainda que 13% dos autodeclarados indígenas residem em Ceilândia, Região Administrativa que mais concentra pessoas dessa população. A principal origem dos indígenas habitantes do DF é a região Nordeste (40,2%) e 22% são nascidos no próprio DF. Apenas 3,1% afirmam falar a língua indígena em seus domicílios.

“Esse estudo é fundamental para definirmos parcerias, principalmente na área de educação e qualificação profissional, de modo a enfrentarmos a situação de vulnerabilidade dessa população que merece todo o respeito e apoio do Estado”, disse a secretária adjunta de Políticas para a Igualdade Racial da Semidh, Vera Araújo.

A Semidh, que desenvolve ações de promoção dos direitos de vários segmentos vítimas de racismo e outros tipos de preconceito, mantém o Núcleo de Diversidade Cultural. O núcleo tem, entre os seus objetivos, o de definir e articular políticas públicas para melhorar a qualidade de vida dos índios moradores do DF.

O chefe do núcleo, o indígena Osvaldo Xukuru, também participou da coletiva, juntamente com Álvaro Tukano, diretor do Memorial dos Povos Indígenas, e o diretor de Estudos e Políticas Sociais da Codeplan, Flávio Gonçalves, que apresentou os números e as conclusões do estudo.

Segundo Gonçalves, o primeiro desafio do estudo foi levantar as informações, sistematizá-las e torná-las públicas. “Com isso estamos dando visibilidade a um problema que estava sendo jogado embaixo do tapete”, ilustrou.

Já segundo desafio, ainda de acordo com o diretor, será definir a melhor forma de aplicar as políticas públicas destinadas aos índios urbanos do DF. “Não estamos falando de uma população qualquer. Estamos falando de uma população que tem características culturais muito próprias e uma contribuição histórica muito grande para o País. A forma de abordar essa população precisa levar em conta esses aspectos”, afirmou Gonçalves.

Mais informações:

Ascom Semidh
3961-1782

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