Hoje, do lado de fora do Museu Nacional da República, comunidades de terreiro de matriz africana de Umabanda e Candomblé se reuniram e ao som dos tambores entoaram cânticos e danças.
No Auditório, os representantes de terreiros, uniram cores e etnias e entoaram Cantigas de Oxóssi e confraternizaram com os pares à direita, uma referência a um cerimonial africano.
A Cerimônia teve um clima de comemoração pela Entrega do Mapeamento dos Terreiros, um trabalho realizado por pesquisadores da UNB, organizado pelas professoras Therese Hofmann e Ignez Montagner , que atenderam a uma antiga reivindicação da Mãe Baiana, para a realização de um trabalho de cartografia dos terreiros, com localização e demais referências espaciais.
O trabalho foi coordenado pelo Acadêmico, professor da UnB, Rafael Sanzio.
” O povo quer ser visível, qualquer um de nós tem uma geografia, todos temos um mapa e a matriz africana merece o melhor”, justificou assim a importância do Mapeamento dos Terreiros. E otimista comparou esse reconhecimento das áreas á uma Árvore de Baobá, símbolo de resistência e tolerância, e desejou ” que viva, 200, 300 anos.”
Mãe Baiana, presidente do terreiro Ialorixá Abàdan, disse que ” terreiro mapeado é identificado pelo governo.Precisamos de Políticas Públicas para fazer parte da sociedade sã, da parte boa da sociedade e esse é o caminho”. E recordou a vinda de uma ialorixá, trazida pelo presidente Juscelino Kubitschek.
O evento foi organizado pelo Ministério da Cultura com representantes da Universidade de Brasília, Fundação Cultural Palmares, Secretaria Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, secretaria de Estado de Cultura e subsecretaria de Igualdade Racial. Foram mapeados, na primeira etapa, 230 terreiros, em uma segunda etapa, pode chegar a 500 e a 2.000 em todo o entorno. Para tanto, outras ações agora serão tomadas para que os representantes procurem a regularização urbanística e fundiária normatizando as atividades no local.
“Não vamos aceitar nenhum tipo de violência e de intolerância”, tanto que este governo criou uma delegacia contra a intolerância religiosa e a discriminação racial” discursou o governador, respondendo à inquietação de alguns.que relataram receio de violência pela prática religiosa.
Rollemberg adiantou que” está iniciando os procedimentos com a secretaria de Cultura para declarar a Prainha, no setor da Clubes Sul, como Patrimônio Cultural e Material do Distrito Federal reconhecendo um local da cultura afro brasileira”.
O Distrito Federal vai aderir agora ao Sistema Nacional de Promoção da Igualdade Racial, uma demanda histórica do movimento negro , aprovada na III Conferência Nacional de Promoção da Igualdade Racial. Outra entrega no dia de hoje foi a inclusão no quesito raça, cor e etnia nos formulários, sistemas de informação, monitoramento, censos, no âmbito da Administração Pública do Poder Executivo do Distrito Federal.
Por, Claudia Miani.