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10/10/13 às 19h22 - Atualizado em 29/10/18 às 11h13

Secretária debate questões de gênero com a regional de ensino de Planaltina

A violência contra as mulheres não está limitada a uma cultura, uma região ou um país específico, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma sociedade. Para refletir sobre essa condição, nesta quinta-feira, 10, a Secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amancia Ferreira, ministrou palestra na UnB de Planaltina para falar sobre a sociedade e as questões de gênero com Professores, Gestores, Orientadores e Coordenadores da Regional de Ensino da cidade.

Na ocasião, a Secretária lembrou que as raízes da violência contra as mulheres decorrem da discriminação persistente contra elas, advindas da cultura patriarcal e machista. Observou, ainda, que as razões das relações de preconceito e discriminação favorecem atitudes machistas e fazem com que mulheres ocupem cargos secundários no mercado, com menor acesso a bons salários e carreiras de sucesso.

No entanto, para ela, mesmo com tanta resistência, o cenário tem mudado em consequência da luta feminista. “As mulheres têm buscado ocupar mais espaços de poder, são poucas, mas elas estão chegando á frente, e hoje são a maioria no Brasil a cursarem a pós-graduação, não somente por almejarem crescer, mas também pela necessidade de provar competência para alcançar a credibilidade”, observou. 

Para o professor Alexandre Magno, que participou da atividade, as questões de gênero devem ser abordadas nas escolas para que as crianças de hoje se tornem adultos conscientes dos direitos das mulheres e para que levem a discussão do que aprendem sobre as questões de gênero para dentro de casa. “Essa discussão é fundamental. A desigualdade de gênero é milenar, construída durante 2000 anos de história. Claro que não conseguiremos mudar esse cenário do dia para a noite, mas temos que começar. E o lugar ideal para isso é a sala de aula. Podemos desconstruir essa cultura machista que corrói a sociedade”, analisou.

A busca por uma sociedade não-sexista ganhou ainda mais força em outubro do ano passado, quando foi publicada no Diário Oficial do Distrito Federal (DODF), a Resolução Normativa nº 1/2012, do Conselho de Educação do Distrito Federal (CEDF), que reformula e atualiza as normas para o Sistema de Ensino do Distrito Federal. O documento inclui um capítulo que assegura como conteúdo obrigatório, nos ensinos fundamental e médio, os direitos da mulher e outros assuntos com recorte de gênero.

“Ao trazermos este debate para as escolas agimos com o propósito de eliminar conteúdos sexistas e discriminatórios e promover a inserção de componentes curriculares de educação para a equidade de gênero. Além disso, reforçamos o papel do Estado, da escola e da sociedade na construção de uma cultura de equidade de gênero e de respeito à diversidade. Uma educação não-sexista não reforça a concepção de um mundo masculino superior ao feminino; não limita a capacidade e autonomia feminina. Ela é o contrário disso: estabelece condições de igualdade de oportunidades para ambos os sexos”, explicou Olgamir Amancia.

Trabalho integrado – Paralelamente à Recomendação, a Secretaria da Mulher realiza, em parceria com a Coordenação de Educação em Diversidade (CEDIV) da Secretaria de Educação, o projeto GDF Fazendo Gênero na Escola. A proposta da atividade consiste em reunir-se com a comunidade escolar para reforçar a importância da educação não-sexista como forma de construção de uma sociedade baseada na equidade de gênero.

Durante os encontros, a Secretaria da Mulher estabelece um debate com a comunidade escolar para reforçar que a violência contra as mulheres não está limitada a uma cultura, uma região ou um país, nem a grupos de mulheres em particular dentro de uma sociedade. “As raízes da violência contra as mulheres decorrem da discriminação persistente contra elas, advindas da cultura patriarcal e machista”, lembra a secretária.

O objetivo da SEM-DF é realizar 40 edições do projeto até o final de 2013, abrangendo as escolas públicas e particulares locais. 

 

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