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9/07/13 às 18h55 - Atualizado em 29/10/18 às 11h13

Pesquisa mostra que população brasileira defende a inclusão de mais mulheres em espaços de poder

A Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República (SPM-PR) divulgou nesta terça-feira, 9, a pesquisa “Mais Mulheres na Política”, realizada pelo Ibope e pelo instituto Patrícia Galvão, que aponta posição favorável da sociedade brasileira pela paridade entre mulheres e homens nos espaços de poder no país.

Foram ouvidas 2.002 pessoas maiores de 16 anos de todas as regiões do país. O estudo foi feito entre os dias 11 e 15 de abril, com o objetivo de levantar a opinião dos brasileiros sobre a presença das mulheres na política e em espaços de poder e de decisão.

“Essa pesquisa comprova que a nossa luta para que as mulheres tenham mais espaço na sociedade e na política é também uma percepção da maioria da população do país. Não podemos pensar num país democrático, sem que as mulheres estejam devidamente inseridas em todos os espaços de poder”, analisou a secretária-adjunta da Secretaria de Estado da Mulher, Valesca Leão.

A pesquisa aponta que oito em cada dez brasileiras e brasileiros consideram que, sendo as mulheres hoje mais da metade da população, deveria ser obrigatória a participação de 50% delas nas Câmaras Municipais, Assembleias Legislativas estaduais e no Congresso Nacional.

“A demanda por mais mulheres na política de forma tão consistente é reflexo do anseio da população por mudanças. A maioria entende que a lei eleitoral deve ser alterada para garatir a igualdade na participação de mulheres e homens em cargos políticos. Aos poucos, vamos desconstruindo a cultura machista e mostrando que as mulheres tem sim competência e direito de estarem nos mais diversos espaços de poder”, disse a Secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amancia.

De acordo com a pesquisa, 71% dos brasileiros consideram muito importante alterar a legislação eleitoral do país para garantir metade de mulheres nas listas de candidaturas apresentadas pelos partidos. O estudo aponta que 78% da população defende a obrigatoriedade de divisão meio a meio das listas partidárias e 73% aprovam punições às legendas que não apresentarem paridade entre os dois sexos nas suas candidaturas.

Nas eleições de 2012, de acordo com o Tribunal Superior Eleitoral, 134.296 se candidataram aos cargos de prefeita e vereadora, o que representou um aumento de 9,56% em relação à eleição municipal de 2008. Do total de eleitos em 2012, 8,287 foram mulheres, representando 13,19%. Em 2008, 7.010 foram eleitas e esses mesmos cargos, representando 12,2%. Em todo o Brasil, foram eleitas 657 candidatas para prefeituras, o que corresponde a 11,84% do total de eleitos. Para as Câmaras Municipais, foram eleitas 7.630 mulheres, o equivalente a 13,32% dos escolhidos.

Os dados apresentados mostram que, no quadro político atual, a eleição da primeira presidente mulher do Brasil, em 2010, e a composição de uma equipe de governo com várias mulheres em posições estratégicas já refletem a maneira como os brasileiros se posicionam diante da questão da representatividade das mulheres na política. No entanto, os eleitores cobram reformas legais que permitam que essa maior participação no Poder Executivo seja replicada no Legislativo.

A ministra Eleonora Menicucci considera favorável a manifestação da opinião pública sobre a igualdade de gênero na política para que as leis sejam aplicadas e os direitos políticos das mulheres ampliados. “O poder público, os partidos políticos e a sociedade civil devem se movimentar para que os direitos conquistados pelas mulheres sejam realmente exercidos por elas na sua diversidade. A democracia se torna mais forte quando cidadãs e cidadãos dispõem de igualdade de oportunidades e condições”, disse.

Apesar das mulheres representarem 52% da população brasileira, o país ocupa a 121ª posição no ranking de igualdade entre homens e mulheres na política, conforme dados da Inter-Parlamentary Union – IPU, apontados em abril deste ano. A classificação levou em conta 189 nações e o Brasil está atrás de países como Iraque e o Afeganistão.

A pesquisa “Mais Mulheres na Política” mostra aumento tímido de mulheres nesses cargos. Para a diretora do instituto Patrícia Galvão, Fátima Jordão, nesse ritmo, serão necessários 150 anos para se atingir a paridade entre os gêneros. “É muito tempo para se esperar. Isso está na contramão do protagonismo feminino”, observou.

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