Governo do Distrito Federal
25/02/14 às 21h33 - Atualizado em 29/10/18 às 11h13

Em nota, Secretaria da Mulher repudia camisetas da Adidas para a Copa

Imagens reforçam ideia machista que concebe a mulher como uma mercadoria

Brasília (25/2/2014) –  Em nota divulgada nesta terça-feira (25), a Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal (SEM-DF) manifestou indignação e repúdio em relação às camisetas produzidas pela marca Adidas para a Copa do Mundo que será realizada em junho no Brasil. Na nota, a SEM-DF dá ainda apoio à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e à Embratur, que se posicionaram contra a iniciativa. 

Em uma das camisetas há o desenho de um coração e um triângulo no meio, dando a impressão de que são nádegas com um biquíni fio dental, e a frase: “I love Brazil” (Eu amo o Brasil). Na outra, há o desenho de uma garota, também de biquíni, com a frase “Lookin' to score”, que pode ser traduzida como “Atrás de pegar garotas”. Ambas estavam sendo vendidas na faixa de US$ 25 (perto de R$ 60) no site da empresa nos EUA. Após a queixa do governo brasileiro, as vendas foram suspensas.

Leia, abaixo, na íntegra, a nota da Secretaria da Mulher.

A Secretaria de Estado da Mulher do Distrito Federal manifesta, publicamente, sua indignação em relação às camisetas produzidas pela marca Adidas em alusão à Copa do Mundo de Futebol; e seu apoio à nota de repúdio veiculada pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e à reclamação formalizada pela Embratur.

As imagens estampadas – associadas às cores e pontos turísticos do Brasil – reforçam, mais uma vez, o estereótipo de que as mulheres devem ser tratadas como objetos, resumindo-as, assim, à coisificação. A grosso modo, o conceito da campanha é um estímulo à prática do “turismo sexual”.

As camisetas surgem em um momento no qual as políticas públicas voltadas para as mulheres devem ser baseadas no conceito atenção integral, o que significa olhar e tratar a mulher como um todo. São lançadas em um época em que a sociedade caminha para superar a visão estreita sobre a mulher, baseada apenas em suas especificidades biológicas e nos papéis de mãe e cuidadora do lar e da família.

As imagens trataram as mulheres como objetos, depreciando sua integridade e desmerencendo-as enquanto sujeitos. Trata-se de mais uma iniciativa que subordina, de forma totalmente equivocada, as mulheres a variados tipos de pressão psicológica em uma sociedade que enquadra o corpo como uma mercadoria.

A cultura machista, patriarcal, patrimonial, onde o homem não vê a mulher como ser de direitos e sim como coisa, como algo que o pertence, é o alicerce onde se ancora a violência doméstica. Trata-se da cultura da dominação que é fundamentada nas relações de poder, que busca nas diferenças sejam biológicas, de raça, de orientação sexual a justificativa para a desigualização, para a subjugação de uma pessoa à outra.

A luta contra a sociedade patriarcal, que denota a mulher uma condição de subserviência e subjugação, deve ser permanente, estabelecendo, assim, uma humanidade democrática e baseada na equidade de gênero. E este é um compromisso a ser assumido por todas e todos, inclusive pela empresa Adidas.

Olgamir Amancia Ferreira
Secretária de Estado da Mulher do DF

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