Ao reunir os conceitos de produção coletiva de conhecimento e de mutirão, presentes no “Mutirão de Informação, Formação e Cidadania”, a Secretaria da Mulher estabelece um foco: oferecer às mulheres uma oportunidade concreta de empoderamento, que reforça sua condição de cidadã e, especialmente, sua condição de agentes transformadoras da dominante cultura que impõe a agenda da subordinação de gênero em praticamente todas as esferas da vida.
Este trabalho, presente no projeto “As Mulheres dão as Cartas” – um dois eixos de trabalho do programa Rede Mulher -, foi iniciado em maio deste ano e, até agora, já atingiu mais de 800 mulheres – e homens também. Os dois últimos mutirões foram realizados ontem e hoje, um no Park Way e outro em Planaltina, respectivamente. Amanhã, 14, é a vez do Paranoá receber mais uma edição do programa.
Hoje, cerca de 70 pessoas, foram ao Lar Fabiano de Cristo, em Planaltina-DF, participar da atividade. Para começar o mutirão, eles receberão informações acerca da Lei Maria da Penha e conheceram melhor os equipamentos públicos disponibilizados pelo Estado que integram a rede de atendimento à mulher vítima de violência. Assuntos como sexismo, machismo e patriarcalismo também estiveram na pauta dos debates.
A secretária de Estado da Mulher, Olgamir Amancia Ferreira, destaca a participação dos presentes como fator fundamental para o trabalho de reflexão sobre a condição da mulher na sociedade. “É muito importante estarem todas e todos aqui reunidos. É uma troca de experiências muito rica. A convivência com o outro é fundamental para a percepção das diferenças e assimilação delas. É por isso que nos últimos mutirões já tivemos a participação de homens. É fundamental conscientizarmos eles também e não só as mulheres”, avaliou.
Após as palestras, os participantes formaram pequenos grupos e, por meio de frases e desenhos, expuseram suas opiniões acerca de questões relacionadas ao gênero. Frases de imposição como “Respeito já”; “A educação é fundamental para que não ocorra agressão”; “Todas as crianças devem ser criadas da mesma maneira – para não haver desigualdade”; e “Sim, a denúncia é a única defesa da mulher” foram escritas nos cartazes que, posteriormente, formarão o livro “Cartas das Mulheres do Distrito Federal”.
“Com os relatos apresentados, percebemos que o movimento da SEM-DF deve ser renovado a cada dia, em favor de uma vida merecidamente livre de violência e plena de dignidade e respeito entre os homens e as mulheres, não só do Distrito Federal, como em todo o país”, completa Olgamir Amancia.
Impressões – A supervisora da creche Lar Fabiano de Cristo, Antônia Francisca de Sousa Ferreira, ressaltou a importância da atividade para o trabalho que a própria instituição realiza com grupos familiares. “Nossa intenção é a promoção da família, a gente busca orientações e formas de mostrar caminhos para eles resolverem os problemas. Estamos sempre procurando palestrantes para que as famílias sejam orientadas. É muito importante essa proximidade da Secretaria com a comunidade”, disse.
A empreendedora Ana Cláudia Farias Barbosa Lopes avalia que o conhecimento adquirido nesse evento será útil a ela e para ajudar outras pessoas quando se deparar o a violência doméstica. “Se eu não soubesse, eu ficaria calada. Se eu conheço meus direitos, eu vou atrás e luto por eles. Evito humilhações e me imponho. Agora, quando for preciso, terei condições de ajudar alguém”, concluiu.
Saiba mais – O “Mutirão de Informação, Formação e Cidadania” faz parte do programa Rede Mulher, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Mulher, que se caracteriza como uma política pública intersetorial, multidisciplinar e integrada, formulada sob a concepção do trabalho em rede.
Os mutirões têm objetivo de levar às mulheres residentes nas localidades prioritárias do programa informações acerca da Lei Maria da Penha, especialmente sobre as várias formas de violência contra a mulher, e dos serviços especializados de atendimento à mulher vítima de violência. Os mutirões se propõem, ainda, a funcionar como instrumentos de divulgação das políticas públicas que beneficiam diretamente as mulheres e como instrumentos de apoio à mobilização comunitária das mulheres para a adesão às políticas públicas do GDF e outras instituições.
Desde janeiro deste ano, a Secretaria da Mulher já realizou mutirões no Córrego das Corujas, Varjão, Itapoã, Tabatinga, COOPA-DF, Lago Norte, Brasília, Agrobrasília, Santa Maria, Jardim ABC, Samambaia, Ceilândia e São Sebastião. O próximo acontecerá amanhã, 14, no Paranoá, das 18h às 21h, e o público será formados pelos coordenadores do programa Educação para Jovens e Adultos (EJA), DF Alfabetizado e Ensino Fundamental.