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29/11/16 às 18h09 - Atualizado em 29/10/18 às 11h14

Metodistas defendem fim da violência contra a mulher

Ato de mais de 300 metodistas no Eixão Sul, no domingo (27/11/2016), protestou pelo fim da violência contra a mulher e entregou documento de apoio às ações do Governo de Brasília, executadas por meio da Subsecretaria de Políticas para as Mulheres da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos.

O documento foi recebido pela subsecretária Lúcia Bessa. O ato fez parte das atividades dos 16 Dias de Ativismo da ONU.  Eis a íntegra do documento, assinado pela presidente da Federação das Sociedades Metodistas de Mulheres, Magali Nicolau de Oliveira Araújo:

 

Dra. Lúcia Bessa

Subsecretaria de Políticas para as Mulheres

Governo do Distrito Federal

Palácio do Buriti

Nesta

Senhora Subsecretaria de Política para as Mulheres,

A Federação das Sociedades Metodistas de Mulheres é uma entidade representativa das Sociedades Metodistas de Mulheres em todo o País, vinculada à Igreja Metodista. Conforme consta em se Estatuto, é composta de mulheres de diversas faixas etárias  na busca do desenvolvimento integral da mulher nos aspectos físico, mental, espiritual, social e econômico, apoiando-se mutuamente. É dividida em várias regiões em conformidade com a organização da Igreja Metodista no Brasil que o faz em Regiões Eclesiásticas. A Federal que ora lhe dirige é da 8° Região Eclesiástica que é composta pelos estados de Tocantins, Goiás, Mato Grosso e Distrito Federal. Entre seus objetivos consta o de estabelecer, meios de entendimento e solidariedade com outras entidades congêneres, em nível regional, nacional, latino americano e mundial.

            O Movimento Metodista teve início na Inglaterra no Século XVIII em meio a uma profunda crise social, fundado por John Wesley, homem comprometido com os fundamentos da fé cristã que propunha, antes de tudo, vivenciar na prática a sua fé. O Metodismo se difundiu pela Europa, foi para os Estados Unidos e a partir daí veio para ao Brasil em 1837, estabelecendo-se neste país em definitivo a partir de 1867. A força do enfoque dado pelos metodistas ao proclamarem a sua fé foi à educação por meio da fundação de Escolas. Daí a implantação, especialmente no Brasil, de Colégios Metodistas 9 alguns hoje Universidades ) simultaneamente à implantação de templos. A Igreja Metodista no Brasil mantém cerca de 51 Instituições de Ensino.

            O Metodismo objetiva demonstrar que a integração entre religiosidade individual e desenvolvimento de ações concretas na sociedade é entendida como a proposta de Deus para a sua Igreja. O envolvimento do metodismo com as questões relevantes da  sociedade é uma marca que o acompanha desde seu início. Assim sendo, a Federação das Sociedades de Mulheres Metodistas do Brasil foca seu trabalho nesta mesma visão, e devido ao seu histórico de engajamento em questões relevantes da sociedade e que diz respeito à valorização da mulher e direitos humanos, esta entidade tem reconhecimento da ONU e pareceria com a mesma, com direito à voz nestas questões.

Devido ao histórico da Federação de Mulheres Metodistas e de sua inspiração junto ao Metodismo, esta entidade não poderia deixar de se pronunciar diante da crescente violência que se apresenta contra a mulher.

Segundo dados da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República em pesquisa realizada nos primeiros dez meses do ano passado, a cada 7 minutos há um registro de violência contra a mulher no Brasil. Em Brasília, segundo pesquisas 72% dos casos de agressão são contra a mulher. Assim sendo, a Federação de Mulheres Metodistas da 8° Região Eclesiástica, em MARCHA que foi organizada em todo o país, traz a Vossa Excelência este documento, apresentando sugestões de ações positivas em relação ao respeito e segurança da mulher, desejando que estas sejam um dos nortes de sua ação governamental, com a expectativa de promover melhorias à realidade feminina no DF, com as seguintes propostas:

  1. 1.Campanhas educativas sobre valorização da pessoa, em especial, mulheres e crianças, em conformidade com os princípios da Dignidade da Pessoa Humana (CF/88-art 1° III).
  2. 2.Inserção no curriculum das Escolas Públicas do Distrito Federal, de disciplina referente à conscientização contra a violência (em especial a violência doméstica).
  3. 3.Presença de uma psicóloga e assistente social em todas as delegacias do DF e não apenas naquelas de atendimento especializado para mulher, considerando a sua não existência em todas as regiões do Distrito Federal, a fim de levar um atendimento e conforto emocional imediato às vítimas de violência.
  4. 4.Presença de uma psicóloga e assistente social em todos os hospitais do Distrito Federal e UPAS, com o fim de oferecer um atendimento, orientação e conforto imediato às vítimas de violência, considerando que muitas mulheres acabam não procurando as delegacias, mas os hospitais.
  5. 5.Organização de um órgão gratuito, em todas as regiões administrativas, que tenha psicólogos e assistentes sociais, que deem atendimento á mulher para ouvi-las e orientá-las, no sentido de terem coragem para iniciar uma nova vida longe de seus agressores; de incentivá-las a procurarem as delegacias especializadas para assistência contínua a exemplo das promotorias públicas.
  6. 6.Abertura de mais casas-abrigo para acolher mulheres que não podem retornar aos seus lares, após sofrer violência.
  7. 7.Projetos de Alfabetização para essas mulheres em condição de risco.
  8. 8.Projetos de Profissionalização para mulheres, por meio de parcerias com as empresas do sistema ‘S”, em especial , para as mulheres nas casas de abrigo, a fim de que possam ter condições de se sustentar e não terem que voltar à  convivência com seus agressores para sanar suas necessidades básicas.cursos podem, ser extensivos às mulheres de comunidades carentes como forma preventiva.
  9. 9.Ampliação dos cursos de atualização e empoderamento para mulheres.
  10. 10.Promoção de palestras em todo o Distrito Federal sobre a violência contra a mulher, envolvendo a Sociedade Civil Organizada e a comunidade em geral, a exemplo do que tem sido feito pelo TJDF e OAB-DF, com o Projeto Maria da Penha vai à Escola.
  11. 11.Aumento do contingente militar nas ruas a fim de minimizar toda a forma de violência, em especial em locais reconhecidamente violentos e de grande índice de estupros.
  12. 12.Aumento da iluminação pública em áreas diversas do Distrito Federal, em especial em zonas se concentram pessoas em situação de vulnerabilidade social.
  13. 13.Ampliação de cursos de capacitação aos agentes comunitários, polícias (civis e militares), profissionais da saúde e educação, para a orientação de pessoas vítimas de violência doméstica.
  14. 14.Criação de mais delegacias especializadas no combate à violência contra a mulher em todas as regiõesdo Distrito Federal, ou pelo menos, em Taguatinga e Planaltina.
  15. 15.A ampla divulgação à população dos órgãos já existentes que lidam com o combate à violência contra a mulher.

Embora algumas das sugestões mencionadas acima já existam, há a necessidade de que esses serviços sejam ampliados e disponibilizados de forma ininterrupta.

      Nossa intenção com estas sugestões é de colaborar com nossa sociedade, em especial com a causa da mulher, na expectativa de que esta Secretaria do GDF possa implementar ainda mais ações positivas em relação à mulher, além das que ora realiza, com o fim de minimizar a violência que assola o universo feminino no DF.

      Colocamo-nos à disposição de Vossa Excelência para qualquer esclarecimento que se fizer necessário, assim como, expressamos nosso desejo de firmar parcerias futuras objetivando a mudança na história de respeito à mulher e diminuição da violência contra ela no DF, assim como, a reafirmar que esta Federação tem como base de sua missão envolver-se e apoiar questões que privilegiem a condição feminina na sociedade.

 Atenciosamente,

Magali Nicolau de Oliveira Araújo

Presidente

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