Dois dias de muito debate e criação de proposições marcaram a IV Conferência Distrital de Promoção da Igualdade Racial (CODIPIR), realizada nesse fim de semana, no Centro de Convenções, pela Sedestmidh e pelo Conselho de Defesa de Direito do Negro (CDDN).
Quatro grupos de trabalho discutiram sugestões para a promoção da igualdade racial e enfrentamento ao racismo. Eles analisaram uma série de proposições de lei criadas pelas conferências livres e formularam propostas que, aprovadas pela plenária do evento, serão levadas à Conferência Nacional da Igualdade Racial, que será realizada em maio.
O reconhecimento, a garantia de justiça, o desenvolvimento (tardio) da população negra, além da discriminação múltipla ou agravada dos afrodescendentes foram os temas em discussão nos grupos de trabalho. O baixo acesso da população negra às esferas de Poder, mais acesso à saúde e educação para povos indígenas e ciganos, e várias medidas para coibir a LGBTFobia, a misoginia, o racismo e a intolerância religiosa na sociedade foram alguns assuntos em pauta.
Na conferência, também foram eleitos os 26 delegados que representarão Brasília na Conferência Nacional. São 18 representantes da sociedade civil e 8 do Poder Público.
COMBATE AO RACISMO
Presente ao primeiro dia de conferência, a Secretária de Estado da Sedestmidh, Ilda Peliz, destacou que é preciso enfrentar o preconceito. “A desigualdade racial atravessa o cotidiano de todos. E as políticas públicas de enfrentamento a essa questão deveriam ser obrigatórias em todos os governos. Sou uma militante dessa causa assim como vocês (participantes)”, disse.
Já a Secretária Adjunta de Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, Joana Melo, citou algumas ações da Secretaria em prol da população negra e indígena. “Atendemos em 2017 mais de 390 mil pessoas negras e 600 indígenas nos programas de transferência de renda do GDF. Além de programas para os jovens como a Caravana da Juventude. Este é um governo que pensa no social”, destacou.
No encontro, foram também empossados membros do CDDN, que receberam certificados do subsecretário de Igualdade Racial, Victor Nunes. O subsecretário lembrou que a expectativa é que os debates e as propostas encaminhadas possam subsidiar a conferência nacional.
“Foi importante ver a diversidade na Conferência. Recebemos aqui um grande número de mulheres, negros, representantes de religiões de matriz africana, LGBT. São grupos que lutam por representatividade e pela garantia de direitos. Vamos levar propostas importantes daqui para discussão tanto na esfera nacional quanto na local”, afirmou Nunes.