Quem passa pela estação Galeria dos Estados do Metrô deve perder alguns minutos que valerão muito. É para se ater à exposição de fotografias organizada pela Embaixada da Suécia: ” Pais presentes, a paternidade ativa na Suécia e no Brasil”. Reune 26 fotos que mostram o protagonismo dos pais e a atuação no cotidiano dos filhos que, sem uma licença parental saberiam das histórias contadas por outros e assim, vivem pelo menos 6 meses ao lado dos bebês.
O projeto “Pais Suecos”, valoriza a igualdade de gênero, é de autoria do premiadíssimo fotógrafo sueco, Johan Bâvmand e circula o mundo.
Em cada foto, um pouco da história desses pais, como o Juan, 34 anos, estudante e com nove meses de licença parental, quando aproveitou e mudou de emprego e de carreira.
“Meus amigos na Espanha me invejavam por eu poder ficar em casa com meus filhos, minha familia era cética.Mudou minha forma de ver a vida e me deu tempo para a reflexão; pude testemunhar meus filhos aprendendo andar e a falar”, comenta Juan na legenda da foto.
O Sistema Parental, na Suécia, um dos mais longos, permite aos pais que fiquem em casa com os filhos e recebam compensação do estado. Com o nascimento dos filhos, os pais têm 480 dias de benefícios. Nos primeiros 390, podem receber até 80% de seus salários e os restantes, são pagos em porcentagem fixa e menor. Foi a Suécia, em 1974, primeiro país no mundo a substituir a licença maternidade pela parental. Passados 40 anos, os pais utilizam os 25% do total de número de dias disponíveis para o uso do casal.
Elias Araujo Barbosa, o único brasileiro a participar é um enfermeiro do Samu à noite e escolheu, ao ter os dois filhos, que dispensaria a ajuda até das avós pois queria ele, assumir o cuidado diário. Fêz sacrifícios financeiros e profissionais para investir na educação dos filhos. Mas, conclui,” foi o maior investimento que pode existir, não imaginava que ao largar um dos meus empregos, teria tanta compensação “. Agora está mais fácil pois as crianças começaram a estudar. Quebrar costumes não é fácil, portanto, bons exemplos como esses da Suécia, são exemplos que devem estimular essa quebra de cultura, diz o pai brasileiro, em meio a 25 estrangeiros.
Joana Mello, secretária de Estado de Políticas para Mulheres, diz que é uma iniciativa importante, inclusive para o Metrô onde circulam milhares de pessoas, diariamente. É um novo olhar sobre a responsabilidade compartilhada do pai na educação de seus filhos. Vai ao encontro do que sempre se apregoou , sempre se discutiu sobre a responsabilidade, sobre a equidade de gênero.
O filho não é só da mãe, é do pai também. Em um clima familiar onde impera o amor entre os pais e a criança é o foco, ela será uma pessoa mais feliz e quem ganha com isso é a sociedade.
É uma tradição que não existia no Metrô, é importante que as pessoas passem a ter um novo olhar, portanto, outras propostas como essa precisam se muliplicar no Distrito Federal, principalmente neste que é o corredor da Cidadania”, concluiu Joana Mello.
Por Cláudia Miani