Gerações diferentes de ativistas se reúnem nas Conversas Negras
Quinta-feira, 27 de agosto, Alagoas veio a Brasília lembrar que é a terra do Quilombo de Palmares. No auditório Antônio Carlos Magalhães, no prédio do Interlegis, o instituto alagoano Raízes de África reuniu militantes de duas ou três gerações diferentes, de Brasília e Alagoas, em mesas redondas que tematizaram “o silêncio em torno do racismo no Brasil” e, mais especificamente, na educação.
Realizada pela primeira vez em Brasília, a 6ª edição do Ciclo Nacional Conversas Negras, com o tema Agosto Negro ou o que a História Oficial Não Conta: O Silêncio Plural Sobre o Racismo no Brasil foi precedida, em anos anteriores, por eventos equivalentes no Rio, Belém do Pará, Belo Horizonte e Maceió. No fim da tarde, Arísia Barros, presidente do instituto, anunciou Goiânia como sede potencial para as atividades de 2016.
Oriundos das lutas negras desde os anos 1970, o economista e consultor legislativo do senado Mário Teodoro e a advogada Vera Lúcia Araújo, atualmente na Secretaria de Estado das Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos do Distrito Federal (Semidh), onde responde pela Secretaria Adjunta de Políticas para a Igualdade Racial, dividiram a primeira mesa da tarde com Juliana Cezar Nunes, da Empresa Brasileira de Comunicação cuja militância negra amadureceu nos anos 2000, assim como a de Lucélia Aguiar, advogada e assessora de igualdade racial na Semidh.
Vinte, quinze ou dez anos mais jovens que Juliana e Lucélia, a estudante alagoana de Ciências Sociais Laiane Silva e Thânisia Marcella Alves Cruz, estudante de Letras-Francês e chefe do núcleo de educação da coordenação de políticas para a igualdade racial na Semidh, sob a mediação de Fernanda Monteiro, coordenadora do Grupo Juventude Negra Independente de Alagoas, discutiram o silêncio sobre o racismo na educação.
Programada para encerrar na sexta (29), com a redação de uma Carta de Brasília, a sexta edição das Conversas Negras homenageou cinco personalidades negras locais – Mário Teodoro, Juliana Cézar Nunes, Rui Perpétuo, Neemias MC e Domingos Olímpio – antes de Bebeth Cris fechar as atividades de quinta-feira com a poesia da juventude negra de Brasília.
Para saber mais sobre as Conversas Negras em Brasília