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19/06/19 às 16h36 - Atualizado em 27/04/20 às 16h36

Corpo de Bombeiros, há três décadas, atua firme na campanha de aleitamento materno

Josemara , mãe da pequena Maria Júila, de quatro meses: “Se não fossem os bombeiros, talvez não houvesse tantas doações”, porque não é só tirar o leite: tem de armazenar e depois levar até o hospital, em condições adequadas de transporte” / Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

 

Há 30 anos, o Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF) vem ampliando sua atuação no salvamento de vidas. Nesse período, além das operações pontuais de atendimento a chamados de socorro, acidentes de trânsito e queimadas, os servidores voltaram os olhos para o chamado de bebês recém-nascidos cujas mães têm dificuldade em amamentar. Com nove equipes distribuídas em pontos estratégicos, os militares fazem diariamente o recolhimento de leite materno nas residências de doadoras cadastradas em 12 bancos de coleta do Distrito Federal.

“Se não fossem os bombeiros, talvez não tivesse tantas doações, porque não é só tirar o leite: tem de armazenar e depois levar até o hospital, em condições adequadas de transporte”, explica Josemara Ferreira da Silva, doadora.

 

Moradora de Samambaia Sul, Josemara teve Maria Júlia há quatro meses e, desde então, contribui semanalmente com três a quatro frascos de 300 ml cada. “Além da bebê, tenho dois meninos adolescentes”, conta. “Sou eu quem cuida da casa e das crianças. Certamente, se eu tivesse que levar o leite, minha contribuição seria bem menor.”

 

Os procedimentos para a doação de leite da dona de casa ficam sempre sob a tutela de duas sargentos: Tânia Alencar e Joselita Machado, ambas veteranas na coleta domiciliar. Tânia atua nessa na função há 15 anos; Joselita, há 23. “A gente ama isso aqui”, resume Joselita. “Salvamos pequenas vidas que precisam muito desse alimento tão precioso.”

 

As militares vão até a casa de doadoras para receber frascos cheios e deixar outros esterilizados para coletas futuras. “Semanalmente, apenas nessa região, visitamos cerca de 100 doadoras”, contabiliza Tânia. “Cada uma, em média, doa de três a quatro vidros.” Elas atuam na área que abrange Samambaia, Recanto das Emas e Riacho Fundo.

 

Além do recolhimento dos frascos nas residências e da distribuição de materiais de segurança – como toucas, máscaras e vidros esterilizados –, as bombeiras dão orientações e acompanham os exames de rotina das doadoras. “Todas precisam apresentar os exames do pré-natal e, de seis em seis meses, devem repetir os exames de aids, sífilis e hepatite, para mantermos a qualidade da doação”, explica a sargento, que também é técnica em enfermagem.

 

Valéria Matos (D) e o filho Ian, com as sargentos Joselita Machado e Tânia Alencar: “Quanto mais ele mama, mais eu produzo leite e posso doar” / Foto: Lúcio Bernardo Jr/Agência Brasília

 

A dupla lembra da necessidade de ampliar a rede de doadoras no DF. “Toda mulher que amamenta pode fazer a doação, mesmo que seja de apenas um vidro por semana”, pontua Tânia. “Muitas não sabem o quanto isso é significativo e pode ajudar na recuperação de um bebê recém-nascido que está internado.”

Interessadas em doar leite materno podem ligar para o telefone 160 e teclar a opção 4. O serviço funciona de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h; e, aos sábados, das 8h às 18h. Todas as orientações necessárias são repassadas e, num segundo momento, é agendada uma visita dos bombeiros. Quem preferir fazer a entrega pessoalmente pode se dirigir a um dos 12 bancos de leite ou a um dos dois postos de coleta da rede pública de saúde.

 

Solidariedade

Mãe recente, Valéria Matos é uma das doadoras de Samambaia Norte e conta que, tão logo confirmou a gravidez, decidiu contribuir com o banco de leite. “Na minha família, tive uma prima que precisou [de doação] porque o bebê era prematuro e ficou internado. Eu já tinha isso na cabeça desde o começo”, lembra.

 

Com orgulho, ela exibe o filho Ian, de quatro meses. “Ele não deixou de mamar – pelo contrário, quanto mais ele mama, mais eu produzo leite e posso doar. Comecei com um frasco e agora já estou doando quatro”, contabiliza.

 

O cuidado em manusear o precioso líquido, explica Valéria, é necessário para não colocar todo o trabalho a perder. “Escolho um cantinho da casa mais tranquilo, prendo os cabelos, lavo as mãos e os braços, coloco a máscara e, só então, vou retirar o leite. É algo trabalhoso, mas é recompensador saber que estou ajudando outro bebezinho a ter saúde e ganhar peso.”

 

Confira a relação de bancos de leite no DF

 

Hospital das Forças Armadas (HFA) – 3966.2250

 

Hospital da Asa Norte (HRAN) – 3901-3060

 

Hospital da Asa Sul (HRAS) – 3445.7597/3445.7514

 

Hospital Regional de Brazlândia (HRBZ) – 2017-1300 Ramal: 3903

 

Hospital Regional de Ceilândia (HRC) – (61) 2017-2000 (Ramal: 3033)

 

Hospital Regional do Gama (HRG) – (61)  2017-1800 ramal 5319

 

Hospital Regional Planaltina (HRP)- (61) 2017- 1369

 

Hospital Regional do Paranoá (HRPA) – (61) 2017-1550, ramal 1579

 

Hospital Regional de Sobradinho (HRS) – (61) 2017-1204

 

Hospital Regional do Santa Maria (HRSM) – (61) 2017-1500 Ramal 5529/5530

 

Hospital Regional do Taguatinga (HRT) – (61) 2017 1700  Ramais: Secretaria (3458), Coordenação (3459), Sala de Apoio (3460)

 

Hospital Universitário de Brasília (HUB) – (61) 2028-5391

 

Posto de Coleta São Sebastião – (61) 3339-1125

 

Posto de Samambaia – (61) 2017-2202

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